A vitória do Salazar no programa da RTP merece-me a seguinte análise:
1) A concorrência não era muito forte, não temos no nosso passado (e presente!) Portugueses tão Grandes como isso.
2) As gerações mais novas não compreendem bem o que é a ausência de liberdade
3) As gerações mais velhas têm um certo saudosismo por Salazar porque os líderes políticos desde então foram uma desgraça.
4) Para o povo Salazar foi um grande português, que dedicou a sua vida a tentar tornar Portugal um país melhor, mas que escolheu o caminho errado.
5) Um homem que, note-se, sucedeu a uma ditadura militar e viveu os últimos anos com graves danos mentais e perto da miséria.
6) Um líder dum regime totalitário moderado que nunca teve a mesma associação sangrenta que os seus “homólogos” Hitler, Mussolini ou Franco, e que aliás adoptou uma posição neutral na 2ª Guerra Mundial.
7) Na verdade a votação dos portugueses não implica uma vontade de regressar ao totalitarismo, é apenas o reconhecimento individual daquela que foi sem dúvida a figura mais marcante do séc.XX português (positiva e negativamente).
8) Se a votação tivesse recaído sobre um Rei, será que alguém se lembraria de criticar a escolha pelo facto deste ter liderado um regime monárquico?
9) Tenho mais dificuldade em compreender o 2º lugar do Estalinista Álvaro Cunhal, mas enfim… talvez a partir de certa altura a votação se tenha tornado numa guerra política entre esquerda e direita.
10) Os 10 Portugueses que chegaram à fase final do programa foram: Afonso Henriques, Álvaro Cunhal, Salazar, Aristides de Sousa Mendes, Fernando Pessoa, Infante D. Henrique, D. João II, Camões, Marquês de Pombal, Vasco da Gama. Dentro destes eu teria optado pelo D. Afonso Henriques ou pelo Infante D. Henrique. Não porque goste do nome Henrique(s) mas porque esses sim foram decisivos ou na nossa génese ou na nossa afirmação mundial. Sem Afonso Henriques não existiriam portugueses para se votar, e sem o Infante provavelmente não teríamos tido o período áureo dos descobrimentos.