sexta-feira, junho 22, 2007

Tributo



O escritório está em obras e eu estou claramente com excesso de tempo livre. Por isso quero fazer um tributo... não ao pé 45 escondido da criminosa, mas às minhas queridas almofadas que foram raptadas em tenra idade e possivelmente assassinadas. Após o interrogatório, e apesar da confissão da raptora, os inspectores da PJ acreditam que as almofadas ainda possam estar vivas e que apenas foram transportadas para outra residência, temendo o envolvimento duma rede de almofadofilia.


Dedicatória (Mind da Gap)

Tudo bem no pais à beira mar plantado
Até aparecer algo de novo, nunca identificado
Hip Hop, muitos gostaram, outros nao
Talvez seja por nao ser de facil compreensao
Que é isto? Ninguém canta, ninguém toca instrumentos
Graffiti, breakdance, estranhos, estranhos comportamentos
Só se ouvem falhados comerciais que nao representam
Artigos copiados de revistas, outros que inventam.
Dou dicas directamente da fonte pa se saber
Que é isto afinal, que estamos aqui a fazer.
Hip Hop, simplesmente, nao é como o rock,
Nao adianta comparar-nos, ponto final, Stop!
Ninguém toca quase nada ou até mesmo nada
Temos um sampler p'ra sacar o que mais nos agrada
Rimas ricas ou pobres, que nao obedecem à métrica
Sem estrutura convencional de quem especifica
Uma maneira de viver, p'ra nao esquecer,
Com pormenores que nem todos conseguem entender.
Nao importa quem se gaba, mas quem o faz melhor,
É indiferente raca, credo, estatuto ou cor.
Por favor, poupem comentarios ignorantes,
Tirem duvidas, se vao falar é melhor pensar antes.
Entenda-se que isto é delicado como cerâmica,
A seguir ao refrao, a explicacao mecânica

O que eu precisava era mesmo alguém assim como tu.
Eras o estilo certo para mim: quero ficar contigo até ao fim.
Nunca tive ninguém como tu, mas sempre te procurei
Agora que te encontrei, que te ouvi, quero ficar contigo até ao fim.

Hip Hop, o meu carburante; a lingua, o carburador
Cérebro a vavula de admissao, a pericia a injeccao,
Tenho amor pela profissao, profissionalizo um hobby,
Os versos, a minha pressao, Mind da Gap sao o meu lobby.
Os modelos a gasolina, os falsos a estricnina.
Nova Iorque, a box, Costa Este, a anfetamina.
Em 73, o nascimento do body (?) condutor
Eu guio o estilo e estilizo-o sem pudor.
Os primeiros MC's, meus co-pilotos particulares
Pioneiros, as raizes destes ritmos singulares.
O lubrificante que nos da gas como um gaseificante,
Hip Hop é o meu vicio, o teu é o refrigerante.
Produtores de Breakbeats, com sistemas de som ambulantes,
Faziam festas no Bronx, em ambientes beligerantes.
Mais tarde vieram os MC's, animar como GTi's
Novo sistema de motorizacao, os rappers sao V.I.P's.
Nas Escobar, meu par, bebe Asti Gancia num Lancia
Enquanto os Mobb Deep, mandam shook ones para a ambulância.
Kool Herc, nao ia adivinhar o que estava ali a criar,
Raekwon e Method Man, combustivel p'ra injectar.
Biggie Smalls, acaba o rol dos favoritos de Nova Iorque,
Tenho tamanho torque, que figuro na lista da Autosport.
A potencia que declaro torna-me raro com'um Jaguar,
Se me enganei nao reparo, o que vos digo é sempre claro.
Veloz com'um Lamborghini, conto-te a história como Fellini,
Junto a minha voz aos reais, enfio os falsos num Mini.
Necessitas de cinto de seguranca,
isto nao é musica de danca, dedicatória p'ó Hip Hop,
a história que aqui s'avanca.

O que eu precisava era mesmo alguém assim como tu.
Eras o estilo certo para mim: quero ficar contigo até ao fim.
Nunca tive ninguém como tu, mas sempre te procurei
Agora que te encontrei, que te ouvi, quero ficar contigo até ao fim.